Desafio Criativo: Complexidade em Mundo Subterrâneo
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Complexidade em Mundo Subterrâneo



Quando olhamos um formigueiro descoberto ao pisarmos em uma parte de sua estrutura, temos a impressão que aquela bruta quantidade de formigas correndo de um lado para outro é um caos e nos perguntamos como elas podem sobreviver sob tanta desordem. Na realidade, desordem é uma palavra inexistente no dicionário quando o tema é formiga e sua estrutura social.

As conexões sociais de um formigueiro são consideradas tão complexas quanto a de nós humanos e à medida que temos tecnologia para rastrear e entender melhor como são, cada vez mais nós aprendemos com nossos pequenos companheiros de jardim como aprimorar a estrutura e comunicação de nossa atual - e agora sim desordenada - sociedade.

Por possuírem organicidade estruturada, as formigas sempre despertaram a curiosidade humana e o aprofundamento do conhecimento destes insetos se tornou mais forte a partir do início do século passado. Nossa admiração por estes insetos é tamanha que durante o período da Guerra Fria a estrutura social de formigas foi considerada como molde para uma sociedade Socialista. Isto porque na estrutura de um formigueiro cada uma das milhões de formigas desempenha um papel fundamental na cadeia de suprimentos e sustentabilidade de todos.

No centro de sua existência e hierarquia, cada formigueiro possui sua formiga rainha. Ela não se locomove e não possui veto como em nossas estruturas monarcas, no final das contas não faz mas nada além do que dar luz a novas formigas o que, por motivos óbvios, desempenha papel fundamental na expansão da colônia.

Grande parte da sociedade é composta pelas formigas Operárias, as menores da colônia. São elas que vemos andando pra lá e para cá com folhas, restos de insetos e o que aparecer pela frente. O curioso é que todos os insumos que as Operárias pegam não são consumidos de imediato, eles são armazenados no formigueiro e, ao serem decompostos, se transformam em fungo. Estes fungos sim são o alimento quem toda a colônia contará, portanto, quanto mais melhor, justificando o labor infinito das operárias em encontrar insumos para sua colônia.

Por último na estrutura social de um formigueiro, temos os Soldados. Soldados são as formigas de maior tamanho e elas, como o nome sugere, possuem o papel de defender o formigueiro. Quando um de nós pisa num formigueiro vemos as Operárias correndo de lá para cá, mas são os Soldados que vem nos atacar para defender seu território. Possuem cabeças maiores para suportarem um ferrão mais potente.

Aí vocês me perguntariam: "Espera aí, Pedro. Se é somente uma rainha progenitora, como ela dá luz a diferentes tipos de formiga?". Este é outro ponto muito interessante, caros leitores. As larvas criadas pela rainha são de fato somente uma, mas a inteligência da colônia é tamanha que elas de alguma forma compreendem a proporção de Soldados e Operárias, e quando há necessidade de mais Soldados, apenas dispõem de mais fungo para algumas que, com mais alimentação, crescem de tamanho e se tornam Soldadas. Incrível!

Um fator de tão fascinante quanto inacreditável é a atribuição às Operárias de se encarregaram de limparem o formigueiro com os despejos e corpos mortos soltos pelos túneis do formigueiro. Isso mesmo pessoal, parte remanescente da comida é retirada para que não contamine as formigas que lá estão - imagina se há uma epidemia dentro do formigueiro. Não escapa uma! - e também a retirada de corpos de formiga que impedem a circulação já apertada dos túneis desta complexa estrutura.

Depois de tanta curiosidade, vamos ao que interessa! O vídeo abaixo mostra pela primeira vez imagens concretas - literalmente - de como é a parte interior de um formigueiro. O objeto da pesquisa foi identificar visualmente como é a estrutura - e por que não arquitetura - de um formigueiro. Mas como fazer isso? Através de injeção de concreto para o interior do formigueiro para assim engessar suas estrutura para que possamos visualizá-las ao escavarmos a terra ao seu redor.

Foram realizadas duas fases para a realização do estudo: a primeira na identificação de um grande formigueiro que pudesse servir para o experimento sem afetar o ecossistema do local. Uma vez identificado, a segunda fase consistiu em inserir o cimento para dentro do formigueiro. Foi um total de 10 toneladas de cimento em uma composição mais líquida durante 3 dias. Depois de um mês os pesquisadores retornaram ao local e se depararam à seguinte obra:



Fantástico, não acharam!? Por conta deste post fiz diversas pesquisas e conheci o maravilho documentário abaixo que além dessas informações que dividi com vocês contém outras fascinantes. Pena que infelizmente não encontrei legendado em português, mas de toda forma segue a dica, vale muito a pena conhecer mais a fundo esta pequena porém complexa sociedade abaixo de nossos pés :).



Espero que tenha curtido o post! Obrigado mais uma vez por estar conosco. Lembre-se de deixar seu comentário, é sempre bacana ouvirmos de você e com isso deixar o Desafio Criativo cada vez mais a sua cara!

Até a próxima!

 

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